terça-feira, 5 de julho de 2011

Borboletas - Mário Quintana

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.
As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.
Temos que nos bastar… nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.
Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Texto na íntegra - Mãe ventríloqua - Dr. Tadeu Fernando Fernandes


Você já viu alguma apresentação de ventriloquia? É incrível! A habilidade do ventríloquo faz com que a gente acredite que é o boneco quem está falando! Essa técnica é tão convincente que, durante a Idade Média, a atividade era considerada um tipo de feitiçaria, pois muita gente achava que os bonecos realmente ganhavam vida nas mãos dos feiticeiros, quer dizer, dos ventríloquos!
Fazia tempo que eu não assistia uma dessas apresentações de ventriloquia, mas um dia desses chamo para sala de consulta o João Luis. Entra um garotinho de três anos de idade acompanhado de sua mãe, sentam-se e inicio a entrevista.
- É um prazer tê-los aqui, qual o motivo da consulta?
E ai começou o show, com uma voz infantilizada, bem pausada, vem a resposta:
- Eu sou o Joãozinho, e essa é minha querida mamãe.
Eu tirei o olhar da ficha de consulta e olhei para o garoto, sentado no colo da mãe, e fiquei com cara de ponto de interrogação, fiz a próxima pergunta agora com os olhos fixos na boca do garoto:
- O que esta acontecendo com o Joãozinho?
E de novo a voz infantil:
- O Joãozinho é terrível, faz arte o dia todo e a noite quer dormir na cama da mamãe!
Juro que essa resposta não saiu da boca do garoto, olhei para a mãe que apenas sorriu, continuei.
- E a mamãe do Joãzinho não faz nada?
Para minha surpresa veio a resposta, naquela voz de garotinho, da boca da mamãe:
- Coitadinho do Joãozinho, ele é pequenininho, a mãezinha fica com dózinha!
Eu não acreditei no estava vendo, dei corda e olhando para o Joãozinho perguntei.
- Por que o Joãozinho não vai para escolinha, ele já tem 3 aninhos?
A idiota respondeu no mesmo tom de voz:
- Tadinho, tão pequeninho, não sabe se defender daqueles meninos feios da escolinha!
Prezados leitores, vou poupá-los dos outros detalhes desse ridículo dialogo, mas acredite, essa história é verídica, aconteceu semana passada. Pensei que já tinha visto tudo na vida pediátrica, mas essa foi demais, do início ao fim da consulta falei com uma ventríloqua.
Terminada a consulta fui pesquisar sobre esse “tipo” e constatei que na psiquiatria existem síndromes no mínimo curiosas. A indústria dos medicamentos estimulou a disseminação de drogas no mínimo questionáveis. Foram tecidas teses de todo o tipo, algumas delas bem estapafúrdias. Ou no mínimo curiosas.
Para além das boas hipóteses das muitas teses e debates sobre o fenômeno da infância insuportável, me parece que vale a pena pensar sobre quem são os pais dessas crianças. Se os pais são adultos infantilizados, que não conseguem se responsabilizar pelas suas vidas, e muitos, nem acham que precisam, como esperar que suas crianças se responsabilizem? Como esperar que os pais sejam pais se continuam sendo filhos?
Só me resta dizer, com a voz bem infantil, para a mãe do Joãozinho: bonitinha cresça e assuma a postura de mãe, imponha regras e limites, corte o cordão umbilical, deixa o Joãozinho viver, entendeu: tuti tuti tuti

Publicado no Jornal Correio Popular - Campinas/SP em 04/07/2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Moralidade - Yves de La Taille


Hoje,  outra reportagem publicada pelo me chamou a atenção. Esra traz o educador Yves de La Taille, que está em Campinas/Unicamp essa semana para um Congresso muito bom sobre Moralidade.
O professor é especialista em psicologia moral e está lançando outro livro que se chama  "Ética para meus pais" - Editora Papirus.
Na reportagem ele diz o seguinte, que sintetiza minha contribuição aqui para esse espaço Blog de ser, "Quem é mais importante hoje, autoridades ou celebridades? Hoje, são as celebridades. E raramente uma celebridade é também autoridade. Antigamente, existiam, por exemplo, filósofos como Jean Paul Sartre, que era considerado uma autoridade intelectual e também era uma celebridade." Esse tipo de pensamento afeta a sociedade, pois coloca em relevância os valores superficiais, o consumismo. Pessoas hoje, compram produtos para associar a si próprias, marcas que vão impressionar o outro e que, momentaneamente preenchem o vazio que sentem em seu ser/viver. Enfim, valores morais e éticos e as distorções deles são apreendidos pelas crianças desde pequenas e estão associados à prática de Bullying e aos escândalos políticos vividos hoje em dia.

Mãe Ventríloqua...uma boa reflexão

Vou partilhar minha impressão sobre um texto que saiu no Jornal Correio Popular hoje, aqui de Campinas. Escrito por Dr. Tadeu Fernandes, Pediatra, denominado "Mãe ventríloqua", narra o fato de uma mãe que fala o tempo todo pelo filho, deixando sua postura de mãe, para se tornar porta-voz da criança, assim não colocando os limites e regras necessários e super protegendo a criança. Enfim, impedindo seu desenvolvimento, sua autonomia e não deixando o filho viver...
Como educadora vejo acontecer muito isso, as crianças não exprimem suas reais preferências, não enfrentam frustrações, opiniões diferentes da sua....resultado que vemos na sociedade: pessoas incapazes de resolverem conflitos, com dificuldades de relacionamento, dependentes da opinião alheia e frustradas por não saberem quem são e não viverem as suas vidas!
Lembro daquele provérbio "Há males que vêm para o bem"; ele contém uma sabedoria: aprendemos e crescemos quando enfrentamos situações adversas....nas facilidades só há o comodismo....